segunda-feira, 25 de abril de 2011

Borrifada contra a malária

Pesquisadores dos Estados Unidos testam fungo geneticamente modificado para combater a doença negligenciada. A estratégia poderia ser usada também no combate a outras enfermidades transmitidas por artrópode, como a dengue.
Por: Cássio Leite Vieira
Publicado em 21/04/2011 | Atualizado em 21/04/2011
Borrifada contra a malária
Fotomicrografia de tecido placentário revelando a presença do 'Plasmodium falciparum'. Fungo geneticamente modificado produz moléculas que atacam o parasita da malária em fase inicial de suas vidas. (imagem: CDC)
Nova estratégia promete baixar significativamente os números a seguir em relação à malária: aflige 240 milhões de pessoas no mundo, mata 850 mil delas (principalmente, crianças) e está presente em 108 países, segundo a Organização Mundial da Saúde.
A ideia do experimento foi testar a ação de um fungo contra o Plasmodium falciparum, parasita causador da malária. Estudos anteriores já haviam mostrado a eficiência da estratégia ao borrifar os mosquitos vetores da doença com o fungo patógeno Metarhizium anisopliae. Mas os resultados dos experimentos mostraram que a eficácia da técnica se restringia apenas aos insetos que haviam acabado de se contaminar com o parasito.
Agora, a equipe de Raymond St. Leger, da Universidade de Maryland (EUA), resolveu manter a arma, mas alterar o projétil. Os pesquisadores introduziram, no fungo, anticorpos humanos ou toxinas de escorpião, ambos com poder de combater o parasita.
Os resultados relatados na revista Science impressionam. Os autores dividiram os mosquitos Anopheles em três grupos. No primeiro, aplicaram o fungo modificado; no segundo, o fungo normal; no terceiro, nada. Nos primeiros, foram encontrados P. falciparum nas glândulas salivares de 25% dos mosquitos. Esse mesmo índice subiu para 87%, no segundo grupo, e 94%, no último. 
Mas, no primeiro grupo, o número de parasitas nas glândulas salivares foi reduzido em cerca de 95%.
‘Anopheles albimanus’ fêmea
Mosquito ‘Anopheles albimanus’ fêmea, vetor da malária, se alimentando de um hospedeiro humano. A doença aflige 240 milhões de pessoas no mundo, mata 850 mil delas e está presente em 108 países, incluindo o Brasil. (foto: James Gathany/ CDC)

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